Crítica | Fear The Walking Dead — S07E06: Some daqui, meu!

Pronto? Já deu seu show? Pode andar com a história agora? E por favor, chega de CRM. 

Quer dizer, é o que eu espero após Reclamation, último episódio da única personagem elo entre a organização dos mosquitões de farda, que sempre foi um enorme parênteses na trama principal. Aliás, Althea era um enorme parênteses para o seriado, sendo um MacGyver com mais empregos que o Julius/jornalista vivendo a esmo com sua câmera à procura de histórias cuja função só foi verdadeiramente útil na 4ª temporada.

É bom que ao menos se deram ao luxo de dar um encerramento para ela, o ruim é ter sido feito de forma tão modorrenta – para não dizer cagada – que é quase impossível suportar o episódio por completo e ainda não sentir indiferença com que vê. Sim, indiferença porque a personagem é tão qualquer coisa (assim como muitos) que pouco importa sua presença ou não. E bem que ela podia levar Morgan e Grace, e mais quinhentos pendurados no helicóptero, junto de Isabelle. 

Aliás, o que caralhos os showrunners tem com Morgan? Insistem na presença do ninja zen em quase todos os episódios, mesmo que venha por trair premissas anteriores – Six Hours foi um surto coletivo, só pode – e a própria geografia do lugar. Fica mais idiota quando sabemos que todos, repito, TODOS foram para o submarino viver a base de leite ninho, porque aparentemente um ambiente fora da zona radiada é muito mais perigoso do que qualquer outra coisa. 

Mas não para por aí, a dupla de soldados do CRM aparece para deixar os Stormtroopers no chinelo e agir feito aqueles NPCs que só atacam quando te vêem e miram especificamente em você, pois não há outra razão por não terem atingido Grace nos 27 segundos de espera (sim, eu contei). Mas tem mais que é Morgan, o ninja-zen-faixa-preta-em-jujutsu peitando a dupla incompetente na força do braço, em uma cena que Deus me ajude de tão terrível que é. Só faltou um dos soldados abrir a porta do furgão para Grace. O resultado então é a morte da dupla por um canhão de forma tão idiota que me faz pensar que o roteiro foi escrito em torno dessa cena (notaram que o CRM dançou em dois episódios de séries diferentes no mesmo dia? Incompetência é apelido). 

Cá para nós que nem a desculpa chifrin para tirar Althea da jogada funciona. A mulher quer continuar na estrada catando histórias, mas todo mundo sabe que é para ficar ao lado de sua rádio-namorada que o roteiro força tanto para manter em sigilo dando voltas e mais voltas, em trechos entrecortados que insistem em fazer mistério (para quê?) e em diálogos intermináveis sobre isso e aquilo – claro, todos vindos do coach Morgan -, para que quando chegue a conclusão só queremos é o rolar dos créditos ou apenas quebrar a TV igual Althea faz com sua tekpix.

Tudo que posso dizer é já vai tarde. Seria até bom os próximos episódios serem uma despedida feita as coxas de cada personagem, já que em avanço de histórias a produção nem quer saber. Althea vai embora e espero que a trama do CRM tenha ido junto, assim a série poderá seguir sem fingir estar interessada em contar algo que não sabe a mínima ideia de como começar. 

Se a coisa vai engatar agora eu não sei, precisam sumir com mais alguns para que o desenrolar seja menos sofrido, caso contrário não terei outro opção a não ser a mesma da jornalista: catar as malas e os panos de bunda do varal e zarpar para ver o filme do Pelé. 


Nota: 1,5/5


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Douglas Gomes
Douglas Gomes
Jogador profissional de banco imobiliário e apresentador de stand up no chuveiro. Nas horas vagas, tocador de guitarra de ar. Um crítico longe de medíocre.

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